quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Panorama do Terrorismo

Por Rev. Ézio Pereira da Silva, pastor e colaborador do website Eucreio.com.

I Parte - O BORDÃO OCIDENTAL

Sem muito esforço, posso imaginar o que, provavelmente, pode passar na mente dos líderes do governo dos Estados Unidos com respeito às intervenções em vários países por ocasião de conflitos nacionais ou internacionais, como nos casos da Nicarágua, Iraque/Kuwait, Somália e Haiti.

Não é difícil saber dos possíveis interesses econômicos e políticos que existem por trás dos bastidores, e num possível e pretensioso papel de protetor dos povos mais fracos e oprimidos no planeta.

Também não me é desconhecida a possibilidade de ser um fato os Estados Unidos desejarem ter bases estabelecidas em posições estratégicas em vários pontos geográficos, considerados como de extrema importância para a realização de manobras (como de fato é visto), com a finalidade de prevenir um conflito internacional que ameace sua presumida soberania ocidental.

Entretanto, de outro lado, reconheço, também, que o Soberano Deus tem, na sua soberania, o controle total de todas as intenções de reis, ditadores, imperadores e governantes de todas as nações, desde as épocas mais remotas.

Vejamos um exemplo do que estou tentando dizer.

Por volta do 9º século a.C. havia um profeta na nação de Israel, por nome de Eliseu, a quem Deus revelava todos os projetos e tudo o que se passava nas câmaras do rei Ben-Hadade, da Síria - um dos antigos inimigo de Israel -, que, junto com os seus oficiais e estrategistas planejavam ataques a Israel, de maneira que nenhum de seus planos contra os Israelitas podia ser executado porque eram denunciados por Eliseu ao rei de Israel, a ponto daquele monarca sírio supor que alguém de seu próprio exército os estivesse traindo.

Nos dias atuais, voltemos nossa atenção para os Estados Unidos, mesmo que desconfiados de suas verdadeiras intenções, e pensemos, por um momento, em alguns fatos no outro lado da questão:

- quando a Coréia do Norte (apoiada pelos União Soviética) invadiu a Coréia do Sul, em meados do século passado, quase ocorreu um conflito de características mundiais. A China comunista participou da guerra ao lado dos soviéticos. A guerra teve a intervenção militar dos EUA, ao qual se juntaram contingentes da ONU, tendo a paz sido assinada em 27 de julho de 1953, estabelecendo-se a divisão do território coreano em dois países: Coréia do Norte, socialista e Coréia do Sul, apoiada pelos Estados Unidos. Hoje é notável a diferença entre os dois países. O sentimento de liberdade existente em um país é visivelmente oposto ao outro. Pergunte se os sul coreanos querem participar do regime opressor da Coréia do Norte;

- caso os Estados Unidos deixassem a seu critério, Saddam Hussein teria dizimado os Kuwaitianos, juntamente com os Curdos, nas fronteiras do Iraque, por ocasião da Guerra do Golfo, de agosto de 1990 a fevereiro de 1991. Querendo envolver Israel no conflito e assim abocanhar a adesão do mundo árabe em seu favor, o Iraque de Saddam Hussein começou a bombardear Tel Aviv, em Israel, com seus mísseis scud, sem que Israel nada tivesse com o conflito;

- apesar de diversas contradições, e mesmo havendo incursões sem muito sucesso de sua própria iniciativa, se não fosse a intervenção dos Estados Unidos o povo da Nicarágua não teria ficado livre do ditador Noriega, acusado de envolvimento com os cartéis internacionais das drogas;

- não fosse a interferência das tropas americanas e aliados na Somália, continuaria a mortandade todos os dias de centenas de pessoas inocentes, principalmente crianças, sem terem oportunidade de se alimentarem, devido à ação de facções interessadas em controlar o poder, ainda que alimentos fossem para eles enviados;

- não desconhecemos também o caso da ex-Iugoslávia. Na época, os Sérvios estavam realizando uma verdadeira limpeza étnica, numa operação macabra, contra os refugiados albaneses. Os Estados Unidos, juntamente com forças da OTAN tiveram de interferir, para que não continuasse a carnificina por questões raciais.

Algumas nações, não raro, precisam de ser detidas em seu poder destrutivo e insano, sob pena de milhares de vidas serem exterminadas, geralmente inocentes e alheias aos embates nos quais são envolvidos gratuitamente. Apesar dos interesses diversos, não se pode olvidar, também, os anseios de paz que determinadas nações, às vezes, possuem como objetivo.

Os Estados Unidos, em razão seu poder militar e econômico, algumas vezes foram chamados, na qualidade de aliados, para defenderem nações menores, como acontecia em diversas ocasiões com pequenos povos da antigüidade, que solicitavam apoio das nações mais potentes, casos do Egito e da Assíria.

Como estaria o mundo hoje se os Estados Unidos não se colocassem à frente da defesa mundial, em face do avanço soviético com sua insana ideologia comunista atéia e sua sede de dominar o mundo pela força e violência, como fizeram com milhares de cristãos, com um regime totalitário e absolutista? Só Deus sabe!

Além disso, não existem condições de serem avaliados os benefícios que os EUA fizeram aos mais diversos povos do planeta, ao dar origem, incentivar e estender suas incursões missionárias para tantas nações do mundo, até aos povos mais distantes. Os benefícios daí advindos, só na eternidade vamos ter condições de saber os resultados de sua dedicação.

Claramente percebemos que, independentemente de se darem conta disso e de suas intenções escusas, a nação norte americana pode estar sendo utilizada como um cajado de Deus, para defender os mais pobres, carentes e indefesos da ofensiva dos mais ricos e poderosos, principalmente os sanguinários ditadores da época moderna.

Os recentes ataques terroristas do dia 11 de setembro ao World Trade Center, em Nova York, e ao Pentágono, em Washington, que o povo americano sofreu, ao que tudo indica perpetrado por radicais muçulmanos, não é muito difícil concluirmos, têm sua origem no apoio que os Estados Unidos dão a Israel, como seu aliado, na sua política de estabelecimento e consolidação do Estado Judaico, questão que se arrasta há mais de 50 anos, sempre com a discordância dos palestinos e de muitos povos árabes.

Quem sabe se os EUA não foram chamados pela soberania divina para intervirem no Afeganistão, a fim de depor o sanguinário regime talibã e deter o terrorismo e inúmeras atrocidades que os seus governantes estão cometendo contra uma população indefesa, em nome da religião, principalmente de mulheres e crianças? Os atentados podem ter sido uma convocação de Deus para que seja desbaratado esse mal naquela nação de pobres miseráveis.

Ao lado disso, os acontecimentos não deixam de ter, também, um tom de alerta. Porquanto várias foram as palavras proferidas por homens de Deus, pregadores como David Wilkerson, Jimmy Swaggart e outros, advertindo a nação americana a não aprovar leis injustas e imorais, tais como as sobre o aborto, casamento de homossexuais, de tentar eliminar a idéia de Deus das escolas, opressão dos pobres, idéias ateístas, etc., devendo se lembrar das bases da constituição de seu povo, que foram as Escrituras Sagradas.

Considerando tudo isso, não devem haver dúvidas de que esses acontecimentos podem ser inseridos no contexto do Princípio das Dores dos últimos dias, de que Jesus falou, em Mateus capítulo 24, em seu Sermão Profético.

Acredito que pode haver motivos econômicos e retaliatórios, baseados em fatos históricos ocorridos no passado, como escreveu Osias Wurman, jornalista e colunista do site judaico PLETZ. Contudo, a análise do pano de fundo de tudo, aponta para a antiga questão do ódio sobrenatural e racial do mundo pelos judeus, que vem desde milênios, segundo discorri em outro artigo, sob o título de A Divina e Odiada Missão dos Judeus.

O problema é sobrenatural e tem origem direta na questão da salvação do homem, na instrumentalidade inicial dos judeus (não se pode esquecer que Jesus e todos os seus apóstolos eram judeus) para isso e, particularmente, na posse e domínio de Jerusalém. Por que isso? Porque, conforme prometido nas Escrituras Sagradas, de Jerusalém é que saiu a mensagem do evangelho para todas as nações e, será sede do governo mundial de Jesus Cristo. É uma questão de domínio e de governo no mundo espiritual.

O prejuízo agora então recai sobre a nação americana, que decidiu, há algumas décadas atrás, apoiar o Sionismo movimento político-religioso que visou reconduzir os judeus à sua terra, da qual foram dispersos por diversas partes do mundo, com a conseqüente criação do Estado de Israel. Esse processo de dispersão, conhecido como Diáspora, teve início ainda no primeiro século antes de Cristo.

Não há como discordar de que, imperceptivelmente, a nação norte-americana tem sido um instrumento através do qual Deus tem feito cumprir seus propósitos para beneficiar alguns povos da terra.

Qual o interesse que os EUA têm em apoiar Israel? O que os EUA ganham com isso? Pelo contrário, acho que têm muito a perder, financeira e socialmente. Ficando apenas as conseqüências e os dispêndios de tal apoio. O que certamente vem de Deus para cumprir os seus propósitos.

Na verdade, os EUA fizeram coisas terríveis e abomináveis durante anos na sua política mundial com as quais não podemos concordar; mas também fizeram o bem a várias nações, através dos missionários e na defesa do mundo em geral contra a nociva supremacia da URSS.

Entretanto, a raiz de tudo isso jaz nos primórdios, ainda, da existência do homem na terra, quando Deus resolveu escolher a nação de Israel como o seu agente para trazer a paz sobre a terra e a recondução do ser humano a Deus. Não é de se estranhar, pois, que aquele povo nem sempre fosse beneficiado pela paz, com exceção de curtos períodos, sendo o maior deles no reinado de Salomão.

Com esses ataques aos EUA recentemente, vieram-me à memória alguns pensamentos que tenho há alguns anos de que algo de grande envergadura em breve deve acontecer no mundo muçulmano e a religião Islâmica: um quebrantamento sem precedentes em seus adeptos, de maneira que sejam convertidos à fé em Jesus Cristo, isso fragmentaria substancialmente a religião. Quando não, uma ação poderosa de Deus no coração, na essência do Islã, de tal forma que essa religião perdesse sua força atual, que resultasse numa derrocada grandiosa de seu crescimento e fragmentação de seu poder, que pudesse reverter na conversão ao Senhor Jesus Cristo, de milhões e milhões que se veriam livres de sua opressão, como aconteceu com o comunismo, a partir de seu centro mundial que era a URSS.

Na minha avaliação, os recentes ataques aos EUA podem ou não descambar em um conflito de escala mundial, dependendo da movimentação, para um lado ou para o outro, do mundo árabe/muçulmano, e levando em consideração os diversos interesses dos dois lados do conflito.

Sem nenhuma intenção de assustar, pelo contrário, alertar para que ninguém seja apanhado de surpresa, na minha visão, entendo que a gravidade dos acontecimentos tendem a recrudescer, à medida que os fins dos tempos se aproximam. É necessário ficarmos de sobreaviso. É evidente que o mundo e seu estado de coisas, caminham para um fim que já está previsto nas Escrituras Sagradas.

Ninguém deve se enganar. A situação mundial caminha de mal a pior. Historicamente, nada leva-nos a esperarmos a prevalência do bem antes do retorno do Senhor Jesus Cristo em glória.

Entretanto, acredito que, para que se desencadeie os momentos finais que culminarão com a volta de Jesus, muitos fatos ainda precisam ocorrer, inclusive aos relacionados, na minha concepção, com o surgimento de uma autoridade mundial, a quem Paulo se referiu como "o homem da iniqüidade" (2 Tessalonicenses 2).

É necessário que estejamos com os nossos olhos voltados para Israel, como sinalizador da história humana, e os acontecimentos a ele relacionados.

II Parte - O TERRORISMO E A IGREJA

Como mencionei na I Parte, o Princípio das Dores, segundo as palavras de Jesus citadas abaixo, já teve início. Isso fica evidente diante do que temos visto, lido e ouvido já há muito tempo, principalmente nos últimos dias.

"E ouvireis de guerra e de rumores de guerra; olhai não vos assusteis, porque é necessário que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes e pestes, e terremotos, em vários lugares, mas todas estas coisas são o princípio das dores" (Mateus 24.6-8).

A igreja, de forma nenhuma, pode estar desapercebida dos acontecimentos atuais, visto ser relevante para o seu testemunho, considerando, além disso, o aspecto da vigilância mencionado por Jesus no Sermão Profético.

Cabe introduzir aqui, oportunamente, a menção de um dos principais sinais para o retorno de Jesus à terra, realidade que nos remete para Mateus 24.14: "E este evangelho do Reino será pregado em todo mundo, em testemunho a todas as nações; e, então (e só então), virá o fim".

Para que o evangelho seja pregado a todas as nações, é necessário o testemunho cristão no meio das povos. Quem salga a terra para que ela não continue apodrecendo são os discípulos de Jesus, a igreja viva do Senhor (vós sois o sal da terra). Para que isso suceda, no entanto, é imprescindível a presença da igreja de Jesus aqui na terra.

Em favor da verdade, particularmente, eu não acredito que as ações terroristas terão um fim muito breve. Pelo contrário, é de se esperar que elas adquiram maior intensidade. As vidas que estão perecendo, sem a mensagem do amor de Deus, não podem continuar esperando que o mal e a violência tenham fim para que possam ouvir o evangelho.

Ora, se é necessário que o evangelho seja pregado antes do fim; se a obra missionária, caminhando no ritmo atual, não possui condições de evangelizar o mundo até a volta de Jesus; e, se os acontecimentos nos indicam que as coisas estão avançando para o fim, é imperioso perguntar: o que acontecerá, de agora em diante?

Algumas considerações:

1. A profecia de Jesus de que o evangelho seria anunciado em todas as nações (etnias, povos) possui uma característica incondicional. Ou seja, o evangelho será, de fato, anunciado a todos os povos, antes da vinda de Jesus, não importando as opiniões diversas ou os obstáculos a serem superados. Isto quer dizer que a volta de Jesus não depende da evangelização do mundo nem está a ela condicionada, mas por causa do dia já determinado na presciência de Deus, a mensagem do evangelho ocorrerá obrigatoriamente até que aquele dia venha;

2. Com a continuação do tradicional método de evangelização, empregado pelo movimento missionário mundial, não existem condições para que as palavras proféticas de Jesus sejam cumpridas, como temos a certeza de que elas se cumprirão. Isto devido ao incremento da população mundial, com um contínuo percentual de crescimento maior que o da conversão de pessoas;

3. A volta, nos últimos anos, e restauração de uma das estratégias mais eficazes para a evangelização mundial que é o "fazer discípulos", conforme Jesus ensinou (Mt 28.19), é o que modernamente está sendo conhecido como igreja em células, método de conquista de vidas e discipulado, que vem revolucionando muitas igrejas em diversos países, com sucesso extraordinário na evangelização. Se for levado a efeito com seriedade, trabalho, santidade e determinação, estou convicto de que, com este movimento, em razão de seu dinamismo, áreas de abrangência, autoridade escriturística e embasamento bíblico, envolvimento de todos os membros da igreja, preconização do sacerdócio de todos os crentes e não somente de alguns da classe eclesiástica, sua essência e notadamente sua capacidade de ser absorvido e aceito em toda e qualquer cultura, existem plenas condições de se alcançar o mundo inteiro com a mensagem do evangelho em um tempo relativamente curto.

4. Os acontecimentos mundiais que precederão o retorno de Jesus, ainda que não estejam se desenrolando em sua totalidade, como breve ocorrerá, estão caminhando para o desfecho final na história da humanidade. O processo ora em curso é irreversível!

5. Paralelamente à evangelização mundial (Mt 24.36-39), como aconteceu nos dias de Noé, deverá haver uma desilusão com a fé por conta da busca pelo material e pelos deleites da vida, falso sentimento de segurança (veja a América do Norte - isso me lembra Paulo dizendo "quando disserem: paz e segurança, lhes sobrevirá repentina destruição e de nenhum modo escaparão" - 1 Ts 5.3), despreocupação e desprezo das coisas concernentes a Deus, descambando numa extraordinária revolta contra o cristianismo. O ódio exercido contra os judeus e extensivo aos EUA - como um país de índole cristã -, por certo será exacerbado e desencadeado contra a igreja de forma generalizada. Porém, a maior intensidade do testemunho cristão ocorrerá no meio da tribulação, que se dará sob um extraordinário poder do Espírito Santo.

Com essas considerações em mente, devemos permanecer atentos e observar o quadro que está se descortinando em nossa frente.

Segundo as profecias do profeta Daniel, pode ser que já esteja se delineando o cenário da quebra da aliança entre Israel e uma outra parte, de que fala o capítulo 9 de seu livro. Caso nosso entendimento esteja correto, esse acontecimento seja iminente e a outra parte seja os Estados Unidos, aliados de Israel, é provável que breve os judeus já não terão mais apoio político, financeiro, moral e estratégico, devendo enfrentar sozinho as oposições à sua existência como nação politicamente organizada.

Estamos comentando o contexto geral do ponto de vista político/escatológico, sem levar em consideração o engano e o avanço das falsas religiões, o esoterismo e o culto a satanás, tudo isso em franco crescimento em quase todo o mundo, principalmente na Europa e Estados Unidos. No meio de tudo isso, existe a propósito firme de Deus para a evangelização mundial, que ocorrerá primeiro, antes que venha o fim, conforme predito por Jesus, em Mateus 24.14.

No final de tudo isso, a questão cronológica da vinda de Jesus entra na pauta do panorama mundial, como o evento que fechará o palco dos acontecimentos.

Nesse momento é importante ficar clara a seguinte verdade: a vinda de Jesus será, necessariamente, precedida da manifestação do Anticristo e dos fatos relacionados com a sua presença na terra e o ministério da iniqüidade. Juntamente com a evangelização em escala mundial, este é um dos mais notáveis sinais da volta de Cristo descritos na Bíblia.

De fato, segundo a clara explicação de Paulo, em 2 Tessalonicenses 2.1-3, antes da vinda de Jesus e a nossa reunião com ele (o arrebatamento), dois eventos simultâneos deverão ter lugar primeiro: a grande apostasia e a manifestação do homem da iniqüidade, o Anticristo.

"Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamo-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto. Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição".

A palavra isto, no verso 3 do texto em questão, é um pronome demonstrativo e se refere a duas frases, quais sejam:

a. "A vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo" (retorno de Jesus); e,

b. "Nossa reunião com Ele" (arrebatamento).

Os dois fatos, mencionados por Paulo como condicionadores e que precedem os acontecimentos acima, são:

1. A grande apostasia - rebelião - no início do período da Grande Tribulação; e,

2. A manifestação do homem da iniqüidade - o homem do pecado - o Anticristo, durante o período da Grande Tribulação.

O termo utilizado pelo apóstolo Paulo para corrigir o erro doutrinário dos tessalonicenses de que a vinda de Jesus não era iminente; isto é, que não se daria a qualquer momento sem que ocorresse primeiro o tempo da Grande Tribulação e a manifestação da besta, é: "não será assim", ou "não sucederá".

O que Paulo está dizendo que não seria assim, ou que não sucederia? A resposta é exatamente estes dois acontecimentos: a vinda de Jesus e a nossa reunião com ele. Precisamente com esse propósito foi que Paulo escreveu a segunda carta a eles, a fim de corrigir a interpretação errônea da primeira, no que se referia à cronologia da vinda de Jesus.

Concordam com isso as palavras de Jesus que afirmou: "e logo depois da tribulação daqueles dias, o sol se escurecerá e a lua não dará a sua luz..., então se verá o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens dos céus com poder e grande glória" (Mt 24.29-31).

Ou seja. A primeira coisa que devemos esperar acontecer, antes do retorno de Jesus à terra, não é um arrebatamento invisível, como muitos equivocadamente imaginam.

A compreensão de um arrebatamento secreto e a fuga da igreja para o céu, antes do período tribulacional, é uma forma de escapismo que alguns teólogos, há mais ou menos uns 140 anos atrás, criaram para atender ao que se convencionou chamar de a Igreja da fé fácil, sem testemunho no meio da tribulação. Não é aquela igreja da qual Jesus se referiu dizendo que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

A passagem de 1 Tessalonicenses 4.15-17, diz que o "... Senhor descerá do céu com alarido, voz de arcanjo e trombeta de Deus"... " ... e seremos arrebatados...". Isso significa barulho. Muito barulho! Este é o arrebatamento descrito na Bíblia. Não é algo silencioso, não se acontecerá a qualquer momento, nem em oculto, nem em surdina. A época dele sim, de forma súbita, imprevisto pelos homens e será um acontecimento desencadeado por uma série de sinais e se dará ao final destes. Este é um dos principais textos que falam do assunto.

O outro texto é Mateus 24.29-31, que assim expressa: "E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus."

Ainda outro, Atos 1.9-11, se refere ao arrebatamento dessa forma: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir".

Como podem ser vistos, os textos são claros e auto-explicativos. Eles mostram uma manifestação portentosa de Jesus seguida do arrebatamento dos salvos. Não existe um arrebatamento secreto e invisível. A divisão da vinda de Jesus em duas fases não encontra apoio bíblico.

Por essas razões, não nos convém, até por questão de honestidade e santo temor, iludir ninguém a respeito dos próximos eventos. Pelo contrário, alertar para que se mantenha preparado um povo que, com certeza, vai enfrentar os horrores de uma época cruel que dentro em breve se abaterá sobre a humanidade.

O posicionamento de um arrebatamento secreto e iminente possui o perigo de dar à Igreja uma falsa segurança de algo que, segundo a Bíblia, não é correto. Líderes de renome, tais como Millard Erickson, George Eldon Ladd, Russel Shedd, etc., profundos intérpretes das Escrituras, homens piedosos, de reconhecido saber e doutos nas línguas originais em que a Bíblia foi escrita fazem severas e embasadas críticas a essa posição.

A tentativa de dividir a vinda de Jesus em duas fases distintas para justificar os textos que mostram os santos durante a Grande Tribulação (Ap 13) labora em erro e mostra a fragilidade e equívoco de interpretação.

A Igreja, de fato, passará pela grande tribulação. Mas, que importa? O importante é saber que O Leão de Tribo de Judá estará com o seu povo. O Anticristo fará guerra contra os santos e os vencerão, conforme Daniel 7.21 e Ap 13.7.

Nessa época, Deus, diretamente e também através da igreja em meio à Grande Tribulação, estará realizando coisas espantosas e sinais portentosos na terra. A igreja será revestida de um poder tão grande que deverá ultrapassar em dimensões o evento no dia de Pentecostes, em Jerusalém.

Sabemos que os atos terroristas, sejam quais forem as suas origens, não têm procedência divina. É algo que destrói traiçoeiramente vidas inocentes. É movido por ódio e sede de vingança e, certamente, faz parte do caráter de satanás, o qual veio para matar, roubar e destruir.

O tratamento infame com o qual são tratadas as mulheres no Afeganistão; a morte de missionários cristãos pelos comandantes do regime dos talibãs; nada vai deter o testemunho da igreja no mundo.

Aconteça o que acontecer, a vitória completa sobre todo o mal será da igreja, pois no meio da revolta, desordem mundial e perseguição mortal comandada por satanás, a promessa é de que "... eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte" (Ap 12.11). Isto é, a igreja é perseguida e martirizada por causa de seu testemunho no meio da tribulação. Mas, ela não é covarde, nem amedrontada, nem fugitiva. Ao seu lado está aquele que é Fiel e Verdadeiro (Ap 10.11).

Fonte:
http://www.tabernaculonet.com.br/luz.php?facho=t00006
http://www.tabernaculonet.com.br/luz.php?facho=t00007

3 comentários:

  1. Irmão Fernando,
    Por gentileza, queira fazer uma correção no sexto parágrafo do texto acima, com a seguinte alteração:

    Substitua:
    "Por volta do 9º milênio a.C. havia..."
    Por:
    "Por volta do 9º século a.C. havia..."

    Grato.

    Pr. Ézio Pereira da Silva

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  2. MUITO BOM, TOTALMENTE ELUCIDATIVO PARABÉNS!

    PAZ DO SENHOR, MEU IRMÃO.

    CARLOS ALBERTO SILVA - RIO DE JANEIRO - RJ

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